A alta de casos de covid-19 e o colapso do SUS na capital poderiam ser evitados se de maio a julho as políticas públicas tivessem sido mais duras. É o que aponta a pesquisa inédita de monitoramento das políticas públicas de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus na Região Metropolitana de Curitiba, feita pelo Grupo de Pesquisa em Sociologia e Políticas Sociais, da Universidade Federal do Paraná.
O relatório, publicado ontem, é uma versão resumida dos primeiros seis meses do trabalho, compreendendo o período de março a agosto de 2020. A pesquisa traz uma metodologia cruzando o monitoramento das políticas de enfrentamento à pandemia com os dados epidemiológicos dos 29 municípios que fazem parte da RMC. Segundo a coordenadora do grupo, professora Maria Tarcisa Silva Bega, até agora a série histórica nunca foi analisada desta maneira. O estudo é contínuo e no momento monitora o período de setembro a dezembro. Os próximos resultados serão apresentados em janeiro de 2021. Entre as conclusões da pesquisa, estão a falta de coordenação centralizada das políticas, deixando os prefeitos à mercê das pressões dos interesses econômicos, apenas “gerenciando a doença” e não evitando o contágio. A linha do tempo das políticas públicas na pandemia mostrou a dinâmica de avanço da covid na Grande Curitiba. E ficou claro que, em vez de procurar evitar que o vírus circulasse e infectasse as pessoas, as autoridades optaram por manter o contágio sob níveis considerados toleráveis. E a explicação para o Sistema Único de Saúde ter dado conta de atender as emergências até então está na capacidade do SUS de ampliar rapidamente o atendimento aos pacientes graves.
Imagem: Engin Akyurt
Fonte: UFPR
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