Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com dados do Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da Saúde revela que o número de consultas de meninos adolescentes, de 12 a 18 anos, ao urologista é 18 vezes menor que o de atendimentos de ginecologistas a meninas da mesma faixa etária.
Ampliando o levantamento para a busca por atendimento médico, as meninas entre os 12 e os 19 anos vão quase duas vezes e meia a mais ao médico que os meninos da mesma idade. Números de 2020 do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) do Ministério da Saúde revelam que o acesso das meninas entre 12 e 19 anos ao SUS foi quase 2,5 vezes maior que o dos meninos: 10.096.778 de meninas, contra 4.066.710 de meninos. Independentemente da faixa etária, o homem procura menos o médico para consultas de rotina, o que faz com que ele tenha uma expectativa de vida menor. As mulheres vivem, em média, sete a dez anos mais do que os homens. Segundo Alfredo Canalini, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, isso ocorre porque o homem não procura fazer os exames necessários, como as mulheres fazem. Para os médicos, não adianta fazer campanha apenas para o homem adulto, já que esse comportamento é reflexo de toda uma história de vida que começa logo depois que o menino larga o pediatra. Canalini afirma que, ao contrário das meninas, que as mães levam à ginecologista para serem avaliadas tão logo entram na adolescência e menstruam, os meninos “ficam meio à deriva”. Segundo ele, o adolescente do sexo masculino não vai ao médico.
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