No Brasil, 1,5 milhão de pessoas trabalham com transporte de passageiros e entrega de mercadorias, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A maioria (61%) é de motoristas de aplicativo ou taxistas, 21% fazem entrega de mercadorias em motocicletas e 14% são mototaxistas.
Esses trabalhadores estão inseridos na chamada gig economy, termo que caracteriza relações laborais entre funcionários e empresas que contratam mão de obra sem vínculo empregatício, principalmente por meio de aplicativos. Os trabalhadores atuam como autônomos. O estudo mostra que a maioria desses trabalhadores é homem, preto ou pardo, e tem menos de 50 anos. O maior número de motociclistas que entregam mercadorias, de motorista de aplicativos e de taxistas se concentra na Região Sudeste do país. As regiões Norte e Nordeste têm o maior número de mototaxistas. Quanto à escolaridade, mais de 10% dos motoristas de aplicativo e dos taxistas e 5,6% dos entregadores de mercadorias via motocicleta têm ensino superior. Entre os mototaxistas, a porcentagem é 2% e, nesse grupo, 60% não concluíram o ensino médio. O levantamento do Ipea mostra que, entre 2016 e 2021, o número de entregadores de mercadorias via moto aumentou, passando de 25 mil para 322 mil, número que não teve redução durante a pandemia de covid-19. Já o número de motoristas de aplicativos e taxistas caiu de 1,1 milhão, em 2019, antes da pandemia, para 782 mil, em 2020. Em 2021, o número cresceu para 945 mil, mas ainda sem voltar ao patamar de 2019. O maior rendimento médio é dos motoristas de aplicativos e taxistas, em torno de R$ 1,9 mil. Em 2016, eles recebiam, em média, R$ 2,7 mil. No subgrupo de motociclistas que fazem entregas, o rendimento é de aproximadamente R$ 1,5 mil por mês, valor que se mantém estável desde 2020. A remuneração dos mototaxistas foi de R$ 1 mil, em 2016, para R$ 900, em 2021. A reportagem é da Agência Brasil.
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Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
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