O levantamento mais recente do Tribunal Superior Eleitoral em relação aos números da prestação de contas de candidatos nas eleições deste ano em todo o País mostra indícios de irregularidades que ultrapassam R$ 35 milhões.
A maior ocorrência é de doações realizadas por pessoas sem emprego formal registrado, cujos valores somam mais de R$ 21 milhões e envolvem 5.362 doadores. Em seguida, aparecem 1.145 doadores com renda incompatível com o valor doado. As doações realizadas por essas pessoas chegam a quase R$ 10 milhões. Outra suspeita apontada é que 1.146 fornecedores sem registro ativo na Junta Comercial ou na Receita Federal receberam R$ 1,9 milhão por serviços prestados durante a campanha deste ano. Há ainda 827 fornecedores com sócios ou representantes e familiares que receberam Bolsa Família. Já os doadores que receberam Bolsa Família somam 863 e doaram juntos quase R$ 370 mil. Além disso, 416 fornecedores têm relação de parentesco com candidato ou vice. Por fim, oito doadores constam como mortos no Sistema de Controle de Óbitos e, ainda assim, aparecem como doadores de uma quantia total de R$ 8.700. Essa é a segunda rodada de identificação de indícios de irregularidades, realizado pelo Núcleo de Inteligência da Justiça Eleitoral, que envolve, além do TSE, outros seis órgãos federais – Receita Federal, Coaf, Ministério Público Eleitoral, Defensoria Pública Federal, Tribunal de Contas da União e Ministério da Cidadania. A partir do levantamento, os juízes eleitorais podem determinar diligências para comprovar a procedência do indício de irregularidade e usar as informações para o julgamento da prestação de contas de campanha eleitoral.
Imagem: Marri Nogueira / Agência Senado
Fonte: TSE
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