Com a flexibilização das medidas de distanciamento social, algumas pessoas estão confusas sobre como voltar à antiga vida ou pelo menos retomar algumas atividades fora de casa. Essa confusão tem um nome que é usado pelos psicólogos: é a “síndrome da cabana”.
Apesar do nome, não é uma doença e nem um transtorno mental, mas um estresse adaptativo entre pessoas que sentem alguma dificuldade ao sair do retiro em sua casa e voltar às atividades presenciais no trabalho, às compras no comércio ou comparecer a uma repartição pública para tocar algum processo. A psicóloga Célia Fernandes, ouvida em reportagem da Agência Brasil, contou que alguns pacientes dela ainda estão muito angustiados por não ter vacina contra a covid-19 e a vida já estar voltando à rotina de trabalho. A expressão "síndrome da cabana" tem origem no início do século 20 e serve para relatar a experiência de pessoas que ficavam isoladas em períodos de nevasca no Hemisfério Norte, caçadores profissionais que se embrenhavam nas matas no passado e, atualmente, alguns trabalhadores, como por exemplo os empregados em plataformas de petróleo. Na situação atual, não é só o fato de estar em casa por longos períodos que provoca este desconforto, mas a sensação de que lá fora tem algo desconhecido que pode infectar, matar ou adoecer. Outra psicóloga ouvida pela reportagem, Ana Carolina de Araujo Cunto, chama a atenção para um aspecto importante dos dias que estamos vivendo. É que sair não é mais natural como antes. Agora tem que se preocupar com a máscara, em ter o distanciamento físico das pessoas, não pode tocar nas coisas, deve lavar as mãos ou passar álcool em gel, verificar se está sentado em um lugar perto de ventilação. Por tudo isso as pessoas ficam em um estado de alerta constante.
Fonte: Agência de Notícias do Estado
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