Os homens podem transmitir mais o novo coronavírus do que as mulheres. É o que sugere um estudo feito por pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco de São Paulo. Os pesquisadores trabalharam com um levantamento epidemiológico que envolveu 1.744 casais brasileiros.
Segundo a coordenadora do estudo, professora e pesquisadora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Mayana Zatz, a constatação confirma descobertas feitas em outros trabalhos recentes, que já indicavam que homens podem transmitir mais o novo coronavírus. Usando exames de detecção do vírus, os pesquisadores identificaram que os homens apresentam uma carga viral na saliva cerca de dez vezes maior do que as mulheres, particularmente até os 48 anos de idade. Essa diferença de carga viral não é detectada no teste tradicional, o PCR, que não trabalha com saliva, mas sim com muco de faringe. Como o vírus é transmitido principalmente por gotículas de saliva, isso explicaria por que os homens transmitem mais o vírus do que as mulheres. Além dessa observação, a pesquisadora ouviu relatos de casais de médicos, em que a mulher foi infectada e apresentou sintomas leves ou moderados, enquanto o homem permaneceu assintomático. Alguns meses depois, o marido foi infectado após o contato com pacientes do sexo masculino. Ou seja, ele não foi infectado pela esposa, mas por um homem infectado. A hipótese foi testada com questionários aplicados a quase 2 mil casais. O resultado do estudo será agora publicado em uma revista internacional de imunologia. As informações são da Agência Fapesp.
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Kobby Mendez
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