Um estudo do Laboratório de Cronobiologia Humana da Universidade Federal do Paraná mostrou que a pandemia melhorou a rotina de sono dos adolescentes. Com a rotina escolar alterada e sem a necessidade de acordar cedo, os jovens aumentaram as horas diárias de sono e sentiram bem menos sonolência diurna.
Para fazer o estudo, 259 adolescentes com idade média de 15 anos foram questionados a respeito dos hábitos de sono em julho de 2020. Os dados coletados foram comparados com as respostas dadas pelos mesmos jovens entre março e junho de 2019. A análise comparativa indicou que o tempo de permanência dormindo aumentou em mais de duas horas para esses indivíduos e que 80% deles alcançaram o tempo de sono recomendado para adolescentes, que gira entre oito e dez horas por noite. Eles também relataram que precisaram menos dos cochilos durante o dia. De acordo com a UFPR, estudos apontam que cochilar traz benefícios para atenção, concentração e consolidação da memória. Por outro lado, os pesquisadores indicam que cochilos prolongados têm o potencial de gerar o chamado “sono inércia”, que prejudica o desempenho físico e cognitivo e afeta o sono noturno. Em artigo recente, os pesquisadores do laboratório da UFPR esclareceram que a propensão ao sono depende de dois processos: o homeostático, que é relacionado ao número de horas que uma pessoa fica acordada, e o circadiano, que depende da hora do dia. Na adolescência, o aumento da propensão ao sono devido ao número de horas acordadas se acumula mais lentamente, por isso essa faixa etária precisa de mais horas acordadas para sentir sono.
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Lux Graves
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